Há uma enorme diferença entre dizer que um paciente possui “miopia importante” e dizer que o paciente é “alto míope”. Vamos a um exemplo: dois pacientes podem apresentar, suponhamos, 7 dioptrias (“graus”) de miopia; no entanto, um deles alcança 100% de visão, desde que esteja em uso das lentes corretivas ou tenha passado por cirurgia refrativa, enquanto o outro não consegue a mesma qualidade de visão e ainda apresenta risco aumentado de desenvolver catarata mais precocemente, tem o diagnóstico e acompanhamento de um eventual glaucoma muito mais difíceis e corre risco de desenvolver cegueira em decorrência de um descolamento de retina.
Mas o que torna esses dois pacientes hipotéticos tão diferentes um do doutro, já que apresentam a “mesma” miopia? O que ocorre é que no primeiro paciente citado, há apenas uma falha de focalização da imagem, ou seja, a própria miopia. Já no outro, há diversas alterações estruturais do olho, entre as quais a falha de focalização é apenas uma consequência dessas alterações.
Somente o Oftalmologista tem condições de diagnosticar se um paciente é alto míope e propor o melhor tratamento, caso a caso.
Até o próximo post.
Giuliano Freitas – Oftalmologista.
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