Atualmente, boa parte das pessoas entre 60 e 65 anos mantêm-se ativas, seja no âmbito profissional, seja na vida privada, o que exige delas visão nítida e confortável. Paralelamente a isto, a Cirurgia de Catarata alcançou níveis sem precedentes de segurança e previsibilidade de resultados, melhorando não somente a qualidade da visão, mas tornando os pacientes cada vez menos dependentes do uso de óculos. Não por acaso, número cada vez maior de pessoas nesta faixa etária submetem-se à Cirurgia de Catarata.
Ainda assim, ocasionalmente, chegam ao consultório, pacientes com 80 anos ou mais, para os quais, a visão encontra-se prejudicada por cataratas densas, mas que recusam, às vezes radicalmente, a indicação da cirurgia. Diversos motivos concorrem para tanto, desde o receio exagerado de submeter-se ao procedimento (assunto já abordado em outro post), eventual dependência de terceiros com os cuidados pós-operatórios (como na aplicação de colírios), ou a crença de que sendo octagenário “já não paga a pena” (sic) – como afirmou um paciente de 82 anos, em meu consultório, em 06/10/20 (sim, foi esta a motivação para redigir este post…). Vamos nos ater, brevemente, ao último argumento.
É verdade que a Cirurgia de Catarata em pacientes acima dos 80 anos apresenta particularidades, tanto de ordem geral (próprias da senilidade), quanto de ordem ocular (cataratas mais duras, as quais podem demandar maior manipulação cirúrgica em olhos potencialmente mais frágeis). Ambos os aspectos são levados em consideração pela equipe médica: o Anestesiologista, a partir da avaliação pré-anestésica obtém o panorama da saúde do paciente, adequando o procedimento anestésico; já o Oftalmologista, a partir dos exames oculares pré-operatórios, consegue antecipar o planejamento cirúrgico, de forma a minimizar os riscos.
Ao paciente, a Cirurgia de Catarata, tem muito a acrescentar em termos de qualidade de vida:
- Facilita o auto-cuidado, bem como, o acesso a atividades qua vão da leitura ao artesanato, ou ainda, às práticas esportivas e de lazer;
- Reduz o risco de quedas, importante causa de morbi-mortalidade entre idosos.
Uma série de outras vantagens do dia a dia poderiam ser listadas neste post. No entanto, a mais importante já foi mostrada na foto que encabeça o texto. Acredito que “pague, SIM, a pena” enxergar o melhor possível até o último dia de vida.
Até o próximo post, nosso centésimo…
Giuliano Freitas – Oftalmologista.
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