A pandemia de COVID-19 segue impactando o cotidiano de todos nós: nesta semana, 2 pacientes chegaram ao consultório, receosos de estarem com COVID-19, por apresentarem, segundo eles mesmos, “conjuntivite” – sem quaisquer outros sintomas. As dimensões que a pandemia vem alcançando, associada à carência de estatísticas confiáveis, bem como, a disseminação de informações de viés alarmista, favorecem a desinformação, ao invés de delimitarem o panorama realista da situação.
É fato: pacientes com COVID-19 podem apresentar conjuntivite… quantos deles, ninguém sabe ao certo, estatísticas mais conservadoras apontam para cerca de 1% dos infectados pelo Novo Coronavírus, outras afirmam ser mais de 30%; há relatos, ainda, de que conjuntivite pelo Novo Coronavírus só ocorreriam entre os casos mais graves. Também é fato que, ao exame Oftálmico, a conjuntivite causada pelo Novo Coronavírus não pode ser diferenciada de outras conjuntivites de causa viral, como a Adenoviral, por exemplo.
Independemente da causa, se pelo Novo Coronavírus, Adenovírus, entre outras, muitos dos cuidados a serem tomados no sentido de se conter o contágio de outras pessoas são os mesmos divulgados à exaustão nas últimas semanas: higienização rigorosa das mãos, não compatilhamento de talheres, evitar a disseminação de gotículas de secreções, como na tosse ou espirro e, tanto quanto possível, promover o isolamento do doente. Vale ressaltar a ocorrência de uma conjuntivite, com provável causa viral, não se constitui em indicação de teste para COVID-19.
Num eventual quadro de conjuntivite, principalmente naqueles sem qualquer acometimento respiratório simultâneo, não há pelo que se considerar, a priori, que seja COVID-19. Procure por seu Oftalmologista de confiança, sem estresse desnecessário.
Até o próximo post.
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