Causou surpresa a alguns leitores, o fato de Monet ter sido submetido à Cirurgia de Catarata quase 100 anos atrás (post de 17/01/19)… ainda mais surpreendentes, foram os bons resultados do procedimento, como fica evidente pela riqueza de cores e detalhes das obras feitas após a recuperação da cirurgia.
Acredita-se que já no antigo Egito, cerca de 3000 anos antes de Cristo, houvesse tentativas de se tratar cirurgicamente a catarata. O primeiro registro histórico confiável sobre a ciurgia da catarata consta do Código de Hamurabi, um conjunto de leis babilônicas, datado de 2250 antes de Cristo. O modo pelo qual se operava a catarata, passou por grande refinamento, em 1747, quando Jacques Daviel, na França, propôs um método menos invasivo de tratamento. Mais de 200 anos depois, o inglês Howard Ridley, conseguiu outro avanço: implantar uma lente artificial em substituição ao cristalino operado; isto marcou o fim da necessidade dos incômodos óculos “fundo-de-garrafa”, a que os pacientes se viam obrigados usar no pós-operatório. Há pouco mais de 50 anos, a introdução da chamada facoemulsificação por Charles Kelman, nos Estados Unidos, permitiu que a cirurgia fosse realizada por incisões cada vez menores, reduzindo o tempo de recuperação. Paralelamente, houve enorme avanço no desenvolvimento de antibióticos e anti-inflamatórios, para prevenção de infecções e controle eficiente da dor.
Atualmente, a facoemulsificação com implante de lentes dobráveis e anestesia por meio de colírios é considerado o procedimento-padrão para a cirurgia da catarata. Muitas inovações devem ser assimiladas à cirurgia da catarata nos próximos anos. Por conta de tudo isto, não há dúvidas: poucas áreas da Medicina avançam tanto quanto a Cirurgia de Catarata.
O Oftalmologista pode orientar sobre o tipo mais apropriado de lente a ser indicado a cada paciente, mas este é assunto para outro post.
Obrigado pela atenção e até logo!
Giuliano Freitas – Oftalmologista.
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