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Foco nas Lentes com “Proteção” p/ Luz Azul

Ocasionalmente, pacientes questionam se deveriam priorizar lentes com filtro para luz azul (geralmente mais caras), em detrimento das lentes convencionais.

Fabricantes têm divulgado vantagens como menor desconforto ao uso de computadores, tablets ou celulares; proteção à retina, diminuindo os riscos de degeneração macular relacionada à idade; propondo, inclusive, melhora no padrão do sono entre usuários de lentes com filtro p/ luz azul. Entretanto, tais afirmações, até o momento, carecem de comprovação científica. Isto é o que se sabe de fato:

. Para que se utilizem confortavelmente equipamentos eletrônicos, a postura deve ser adequada, posicionando-se as telas cerca de 1 braço de distância, inferiormente aos olhos, a lubrificação e alinhamento oculares devem ser normais, a eventual ocorrência de “grau” deve ser compensada pelo uso de óculos ou lentes de contato, ou corrigidas cirurgicamente. Iluminação ambiente adequada e pausas regulares também são comumente indicadas.

. A luz que comprovadamente traz malefícios aos olhos são os raios ultravioleta (não a luz azul). Mesmo assim, até o momento, não fora demonstrada ocorrência significativa desses raios na luz emitida pelas telas de eletrônicos de uso cotidiano.

. A qualidade do sono é influenciada por uma infinidade de fatores, sendo que a exposição à luz azul, ainda que seja um deles, não parece constar entre os mais importantes.

Com base nestas informações, conclui-se que não há vantagens consistentes que justifiquem a preferência pelas lentes com “proteção” à luz azul. Certamente, esta recomendação pode mudar, caso surjam robustas evidências em contrário.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na “Síndrome da Visão ao Computador”

Telas de dispositivos eletrônicos, de diversos tipos e tamanhos, vem sendo incorporadas ao nosso cotidiano já faz algum tempo. Mesmo entre pessoas que habitualmente não apresentam queixas visuais, a exposição prolongada a essas telas costuma estar relacionada a uma série de sintomas: desconforto visual, ardência ocular e lacrimejamento, olhos vermelhos, dores de cabeça, entre outras queixas… Coletivamente, a esses sintomas, tem-se denominado “Síndrome da Visão ao Computador” (tradução aproximada do inglês “Computer Eye Strain Syndrome“).

Para casos assim, o primeiro passo a ser tomado é a realização de exame Oftálmico completo, no qual são avaliadas condições orgânicas dos olhos, como eventuais erros de refração (miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo), desalinhamento ocular, olho seco, presbiopia entre outras possíveis causas.

Excluída a ocorrência das causas citadas, ou tratadas, caso estejam presentes, situações aparentemente corriqueiras devem ser consideradas, como:

– Iluminação ambiente e das próprias telas, as quais não devem ser exageradas, nem escassas, mas ajustadas de maneira personalizada a cada pessoa; da mesma forma, tamanho e contraste das imagens, letras particularmente, também devem ser ajustados de modo personalizado;

– Postura e distanciamento das telas, como regra geral, as telas de desktops ou notebooks costumam ser colocadas cerca de meio metro de distância dos usuários, idealmente, um pouco a baixo dos olhos; celulares ou tablets deveriam ser posicionados a 30 centímetros dos olhos;

– A concentração com que costumamos realizar trabalhos de frente a essas tela faz com que pisquemos num frequencia menor que a ideal, facilitando o ressecamento dos olhos (levando a ardência, vermelhidão e embaçamento), isto é particularmente importante, se o ambiente contar com ar condicionado, o qual pode ressecá-lo, favorecendo ainda mais o aparecimento desses sintomas;

– Uso de óculos com lentes especiais (tratamento anti-reflexo ou com filtro para luz azul) podem trazer benefícios a alguns pacientes.

O tratamento da Síndrome da Visão ao Computador exige que a abordagem seja específica para cada paciente, informe-se com seu Oftalmologista de confiança.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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