A correta condução de casos de ceratocone deve, necessariamente, levar em conta os seguintes fatores para pacientes de qualquer idade:
. A possibilidade de piora da doença (também chamada “progressão”);
. Registrar, de modo mais confiável e reprodutível possível, uma série de parâmetros corneanos, particularmente curvatura e espessura;
. Determinar a forma mais apropriada de reabilitação visual;
. Considerar a eventual ocorrência da forma familiar da doença.
A partir destas premissas, considerações específicas aos diferentes grupos etários devem ser feitas:
Entre pacientes mais jovens (adolescentes e adultos por volta dos 30 anos), encontramos o grupo mais susceptível à progressão. Por isto mesmo, a este grupo, costuma estar indicado Cross-Linking entre as medidas de contenção ao agravamento. A este grupo, ainda, podem estar indicadas as mais diversas modalidades de reabilitação visual: uso de óculos, lentes de contato “gelatinosas”, lentes de contato rígidas, implantação de Anel de Ferrara e, para alguns casos, a realização de transplante de córnea.
Entre adultos maiores de 40 anos, a progressão espontânea é rara. Para esses pacientes, assume importância, a reabilitação (semelhante àquela citada anteriormente).
A ocorrência de ceratocone na terceira idade não costuma ser valorizada do modo que deveria, talvez por praticamente inexistir progressão espontânea. Virtualmente, todo paciente deste grupo, em algum momento, será submetido à cirurgia de catarata para a reabilitação visual. No entanto, resultados consideravelmente diferentes do planejado podem ser obtidos, caso a ocorrência de ceratocone não seja levada em conta por ocasião do planejamento cirúrgico.
Até o próximo post.
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