Acontece com alguma frequência no consultório: na avaliação de rotina, quando perguntados sobre a ocorrência de diabetes ou hipertensão arterial, doenças importantes tanto pela alta prevalência, quanto por afetarem praticamente todo o organismo, os pacientes desconhecem se as apresentam; ou ainda, acreditam tê-las sob controle, apesar de não seguirem todas as recomendações médicas.
Na etapa do exame em que a retina é inspecionada, podem ser encontrados sinais sugestivos de alterações causadas por essas doenças, as retinopatias. A retinopatia diabética já foi discutida em post anterior. As alterações visuais da retinopatia hipertensiva, quando presentes, podem ser semelhantes àquelas causadas pelo diabetes.
No meu entendimento, mais importante que apresentar detalhes técnicos de como o Oftalmologista é capaz de diagnosticar e avaliar a gravidade da retinopatia hipertensiva, é deixar a seguinte mensagem: na hipertensão arterial, o nível de comprometimento retiniano, costuma ser encontrado de modo semelhante em outros órgãos como coração, aumentando os riscos de infarto; sistema nervoso central, aumentando os riscos de acidentes vasculares cerebrais; ou nos rins, predispondo a comprometimento da função renal. Daí a consulta com o Oftalmologista ser muito mais que simplesmente uma avaliação para prescrição de óculos.
Até o próximo post.
Giuliano Freitas – Oftalmologista.