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Foco na Dúvida dos Pacientes: “Não me habituo aos óculos multifocais… Terei a mesma dificuldade com as lentes multifocais da cirurgia de catarata???…”

A pergunta, que aparece no título deste post, foi feita por uma paciente que sempre referiu desconforto visual ao uso de óculos multifocais.

Felizmente, p/ a maioria dos pacientes, a habituação aos óculos multifocais não costuma ser problemática. Mesmo assim, há pessoas que sempre vão preferir outras alternativas, como prescrições separadas p/ longe e perto, uso de lentes de contato ou cirurgia refrativa. Entretanto, tais alternativas também apresentam limitações, de modo que esses pacientes, dificilmente referem satisfação plena com a visão que apresentam.

Voltando ao caso da paciente que inspirou este post, eu imaginava que a primeira reação dela à indicação do implante de lentes intraoculares multifocais seria de alívio, já que eram ótimas as chances de independência quanto ao uso de óculos a partir da cirurgia de catarata… O que ocorreu foi justamente contrário: mostrou-se extremamente preocupada com o fato de seguir permanentemente “usando este tipo de lente”, como ela mesma disse.

De certa forma, a preocupação da paciente fez sentido, uma vez que ambos os tipos de lente levam o termo “multifocal” no nome. Esclareci a ela da seguinte forma: por “multifocalidade”, basicamente, entende-se que a lente apresenta capacidade de focalizar em diferentes distâncias, permitindo visão para perto, longe e distâncias intermediárias. Entretanto, o modo como as lentes multifocais dos óculos e aquelas da cirurgia de catarata obtém este efeito é completamente diferente.

Meme c/ o personagem Willy Wonka, do livro e filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”

Portanto, não significa que alguém intolerante às lentes multifocais dos óculos encontrará a mesma dificuldade com as lentes multifocais utilizadas na cirurgia de catarata. Informe-se me maiores detalhes c/ seu Oftalmologista de confiança (ou c/ o Willy Woncka…)

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco no Uso (Incorreto) de Óculos Sem Prescrição

Com alguma frequência, aparecem no consultório, pacientes que utilizam óculos “emprestasdos” por outras pessoas, ou adquiridos, sem qualquer prescrição médica, em ópticas com baixo nível de comprometimento com os próprios clientes, por ambulantes, ou em algumas farmácias.

A fim de que ofereçam a melhor qualidade visual possível, os óculos devem atender a usa série de critérios técnicos como: seguirem a uma prescrição médica, de responsabilidade do Oftalmologista, a qual leva em consideração as ametropias (ou “grau”) de cada olho (as quais podem ser diferentes de um olho para o outro); distância entre os olhos; distância e inclinação das lentes em relação aos olhos; adequação da armação ao rosto do paciente, entre outros fatores.

Esquema simplificado de óculos bem ajustados ao rosto do usuário.

Do exposto, é intuitivo concluir que óculos de terceiros, ou feitos sem qualquer relação com o usuário, até podem trazer algum conforto, mas muito aquém daquele que se poderia alcançar, caso fossem aviados seguindo-se a prescrição médica específica para cada paciente, numa óptica tecnicamente competente.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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MFP

Foco no uso de óculos multifocais

Em posts anteriores, comentei que “vista cansada”, ou presbiopia, é a dificuldade de focalização para perto (como à leitura), que costuma ser percebida por volta do 40 anos de idade, mesmo entre pessoas que nunca tiveram dificuldades com a visão para “longe” (como ao dirigir).

O uso de óculos multifocais está entre as alternativas mais empregadas para tratar a presbiopia, principalmente, quando o paciente já tem alguma dificuldade para longe. No entanto, apesar de todo avanço ocorrido com os multifocais, persiste algum desconforto, geralmente temporário, por parte dos usuários, principalmente entre aqueles que nunca utilizaram óculos até tornarem-se présbitas.

As lentes multifocais progressivas têm este nome por apresentarem, na mesma lente, focos para a visão para longe, para perto, e progressivamente, para múltiplas distâncias intermediárias entre a de longe e a de perto. A diferença de qualidade – e consequentemente, de custo – entre os diferentes modelos de multifocais reside na suavidade com que as lentes realizam a transição entre os focos para longe, distâncias intermediárias e para perto e, também, do quanto de distorção que as laterais das lentes causam à imagem, sendo que lentes que distorcem menos, são, obviamente melhores.

Esquema mostrando os focos de uma lente multifocal progressiva.

Para que haja adaptação correta ao uso dos multifocais, é indispensável o exame oftalmológico de rotina e a confecção criteriosa dos óculos conforme a prescrição do Oftalmologista. Algum treinamento para que o paciente possa se habituar com os diferentes focos também é desejável.

Há pacientes présbitas com demandas específicas, como visão prioritária para perto, ou para meia distância, por exemplo, em que outros tipos de óculos, que não os multifocais, possam estar bem indicados, mas este já é assunto para posts futuros.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

 

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