Nesta semana, o Conselho Federal de Medicina regulamentou, para uso no Brasil, uma opção cirúrgica para correção de erros de refração, já tradicional, nos Estados Unidos e Europa: a Troca do Cristalino com Finalidade Refrativa (TCR).
Trata-se de um procedimento semelhante ao da Cirurgia de Catarata, sendo que a principal diferença é que, na TCR, o cristalino encontra-se, ainda, transparente. A segurança, previsibilidade quanto aos resultados e o conforto do procedimento são os mesmos da moderna Cirurgia de Catarata. Os pacientes que podem ser beneficiados por esta opção são, principalmente, os hipermétropes, com ou sem astigmatismo, acima dos 55 anos.
Informe-se, com seu Oftalmologista de confiança para maiores detalhes sobre esta opção.
A pergunta é simples, a resposta nem tanto. Posto de outra forma, o que está sendo perguntado é sobre a hereditariedade de determinados problemas de visão, ou simplesmente, a possibilidade de filhos terem problemas semelhantes aos dos pais.
O primeiro aspecto a ser considerado para a resposta é o motivo pelo qual os pais utilizam óculos:
Se exclusivamente para leitura de perto, por já terem mais de 40 anos… Sendo este o caso, também os filhos precisarão de óculos, quando eles mesmos tiverem esta idade. Para esses casos, não estamos falando, de alguma doença, mas de presbiopia;
Se apresentam miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo… Sabe-se que há fatores genéticos para essas doenças; no entanto, evidências têm sugerido que fatores ambientais como uso excessivo de telas (como as de celulares ou tablets), associado a períodos cada vez mais curtos de atividades à luz do sol, favorecem o desenvolvimento de miopia, por exemplo;
Se têm ceratocone. Existe alguma controvérsia sobre o padrão de herança do ceratocone, mas ao que parece múltiplos genes (potencialmente herdáveis) estão envolvidos, bem como fatores ambientais (exposição a alérgenos), além do (péssimo) hábito de coçar os olhos. É relativamente comum, a ocorrência de casos de ceratocone entre parentes de primeiro grau.
A mensagem que deve ser lembrada é a de que tanto fatores genéticos, quanto ambientais estão, em alguma medida, envolvidos no desenvolvimento desses problemas de visão. Isto torna difícil prever com a exatidão desejada pelos pais, quais as chances de os filhos serem acometidos também. Finalmente, vale a recomendação de que sejam feitas visitas regulares ao Oftalmologista de confiança da família, o qual pode orientar a conduta mais apropriada caso a caso.
Como consequência natural do envelhecimento, mesmo pessoas que sempre tiveram boa visão para “longe”, como ao dirigir, apresentarão alguma dificuldade para enxergarem de “perto”, durante a leitura por exemplo, por volta dos 40 anos: a presbiopia. Já por volta dos 60 anos, é esperado que a maioria das pessoas desenvolva também alguma perda de transparência do cristalino, a catarata.
A depender de condições estruturais dos olhos, bem como de preferências pessoais de cada paciente, pode-se conseguir independência do uso de óculos, para longe ou perto e, mesmo, para ambas as distâncias.
A personalização do planejamento cirúrgico é indispensável para que os melhores resultados possam ser alcançados. Informe-se com seu Oftalmologista de confiança.
Até algum tempo atrás, as lentes hidrofílicas, mais conhecidas como “gelatinosas”, eram frequentemente usadas por até um ano. Quando as lentes de troca programada se popularizaram, tempos depois, elas acabaram sendo chamadas de “lentes descartáveis”, apesar de que, na maioria das vezes, elas só eram descartadas a cada 30 ou 60 dias. As lentes de contato descartáveis, por excelência, são aquelas de descarte diário.
Ainda pouco utilizadas no Brasil, em comparação ao que acontece nos Estados Unidos ou em boa parte da Europa, o uso dessas lentes têm vantagens em relação ao das lentes de troca programada: praticidade, pois não necessitam do uso de soluções específicas para limpeza e conservação; maior conforto, pois em geral, são mais finas; formalmente indicadas a pessoas que fazem uso apenas ocasional de lentes de contato. Como pontos negativos, ainda há poucas opções de marcas e modelos, sendo que o custo ainda pode ser proibitivo a alguns pacientes.
A adaptação de lentes de contato constitui ato médico, consulte seu Oftalmologista de confiança, ele pode ajudar na seleção do tipo de lente mais apropriado a você.
Em posts anteriores, comentei que “vista cansada”, ou presbiopia, é a dificuldade de focalização para perto (como à leitura), que costuma ser percebida por volta do 40 anos de idade, mesmo entre pessoas que nunca tiveram dificuldades com a visão para “longe” (como ao dirigir).
O uso de óculos multifocais está entre as alternativas mais empregadas para tratar a presbiopia, principalmente, quando o paciente já tem alguma dificuldade para longe. No entanto, apesar de todo avanço ocorrido com os multifocais, persiste algum desconforto, geralmente temporário, por parte dos usuários, principalmente entre aqueles que nunca utilizaram óculos até tornarem-se présbitas.
As lentes multifocais progressivas têm este nome por apresentarem, na mesma lente, focos para a visão para longe, para perto, e progressivamente, para múltiplas distâncias intermediárias entre a de longe e a de perto. A diferença de qualidade – e consequentemente, de custo – entre os diferentes modelos de multifocais reside na suavidade com que as lentes realizam a transição entre os focos para longe, distâncias intermediárias e para perto e, também, do quanto de distorção que as laterais das lentes causam à imagem, sendo que lentes que distorcem menos, são, obviamente melhores.
Para que haja adaptação correta ao uso dos multifocais, é indispensável o exame oftalmológico de rotina e a confecção criteriosa dos óculos conforme a prescrição do Oftalmologista. Algum treinamento para que o paciente possa se habituar com os diferentes focos também é desejável.
Há pacientes présbitas com demandas específicas, como visão prioritária para perto, ou para meia distância, por exemplo, em que outros tipos de óculos, que não os multifocais, possam estar bem indicados, mas este já é assunto para posts futuros.
Diariamente no consultório, aparecem pacientes queixando-se de que “os braços têm ficado curtos para a leitura”, ou simplesmente, que vem apresentando “vista cansada” para perto.
Muitos mostram-se surpresos ao serem informados de que isto não é propriamente uma “doença”, e, sim, algo perfeitamente esperado: a presbiopia, resultante do comprometimento da capacidade de ajuste do foco para perto. Tal comprometimento costuma ser notado por volta dos 40 anos por virtualmente 100% das pessoas, mesmo entre aquelas que sempre tiveram visão perfeita, progredindo naturalmente até os 60 anos.
Em algum momento, o paciente présbita demandará o uso de lentes corretivas, seja por meio do uso de óculos, ou lentes de contato, ou, ainda, abordagem cirúrgica para realizar leitura confortável.
O uso de lentes de contato entre pacientes présbitas já foi apresentado em post de 03 de janeiro deste ano. O uso de óculos (sejam os monofocais, multifocais, ou para “meia-distância”), bem como as opções cirúrgicas a esses pacientes serão temas de posts futuros.