Maquiagem

Foco na Irritação Ocular Decorrente do Uso de Cosméticos

Vez ou outra, no consultório, ouço de pacientes que, minutos após a aplicação de cosméticos nas pálpebras ou cílios, tem início uma sensação desconfortável de “areia” nos olhos, lacrimejamento, fotofobia e congestão conjuntival. Isto, considerando-se o uso de produtos de boa qualidade, em condições de utilização recomendadas pelos fabricantes.

Nesses casos, a primeira possibilidade que considero é a ocorrência de olho seco. Como muitos cosméticos compõem-se de pós muito finos, quantidades, ainda que pequenas desse material particulado podem alcançar a superfície ocular, a qual não estando devidamente lubrificada, torna-se mais vulnerável à irritação. Produtos que tenham pH (medida de acidez) muito diferente daquela da lágrima, também podem irritar os olhos. Mais raramente, mas, ainda assim possíveis, são reações alérgicas a componentes dos cosméticos, entre pessoas susceptíveis, ou contaminação por diversos microorganismos, particularmente em casos de compartilhamento de cosméticos com outros usuários. Acidentes de aplicação, com instrumentos como pincéis ou “escovinhas”, ocasionalmente, ocorrem. Um último ponto que merece ser destacado é o uso de cílios postiços, os quais demandam ser colados aos cílios naturais ou ao bordo palpebral: eventualmente, a cola, já seca, pode causas abrasões corneanas, que por sí, já, são extremamente desconfortáveis e, ainda, abrem caminho p/ infecções secundárias, c/ potencial de comprometimento visual.

Cílios postiços (colados aos cílios naturais).

Não há motivos, a priori, que contra-indiquem o uso de cosméticos próximo aos olhos. Mas, caso irritações oculares ocorram repetidamente, uma avaliação criteriosa c/ o Oftalmologista passa a ser indicada.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…

1A2819DF-C547-4EE6-9BF2-A9BBF7F730CF-scaled

Foco na Troca do Cristalino com Finalidade Refrativa

Nesta semana, o Conselho Federal de Medicina regulamentou, para uso no Brasil, uma opção cirúrgica para correção de erros de refração, já tradicional, nos Estados Unidos e Europa: a Troca do Cristalino com Finalidade Refrativa (TCR).

Trata-se de um procedimento semelhante ao da Cirurgia de Catarata, sendo que a principal diferença é que, na TCR, o cristalino encontra-se, ainda, transparente. A segurança, previsibilidade quanto aos resultados e o conforto do procedimento são os mesmos da moderna Cirurgia de Catarata. Os pacientes que podem ser beneficiados por esta opção são, principalmente, os hipermétropes, com ou sem astigmatismo, acima dos 55 anos.

Na pupila, é possivel observar o brilho de uma lente intraocular, a qual substitui o cristalino, seja num caso de catarata ou na TCR. Tanto esta imagem, quanto a que abre este post mostram lentes intraoculares multifocais (ideais para casos de TCR).

Informe-se, com seu Oftalmologista de confiança para maiores detalhes sobre esta opção.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…

Piscar-Excessivo-Criancas-5

Foco no Piscar “Excessivo” da Criança

Em condições normais, qualquer pessoa pisca ambos os olhos, ao mesmo tempo, de modo subconsciente, entre 12 e 15 vezes por minuto. Atividades que demandem concentração, como a leitura; doenças que cursem com diminuição da força muscular, como a miastenia grave; ou atuação voluntária podem modificar este padrão.

Apesar de também ocorrerem entre adultos, alterações no padrão do piscar costumam levar preocupação principalmente aos pais de crianças pequenas. Na maioria desses casos, não há situações graves associadas à queixa: quadros alérgicos oculares, ametropias (miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo) não-corrigidas e, mesmo, tiques podem justificar o quadro. Se a queixa for de início abrupto, acometendo somente um dos olhos, a possibilidade de que haja algum corpo estranho aderido à superfície ocular deve ser considerada.

A avaliação com o Oftalmologista é capaz de identificar – e permitir o tratamento de – virtualmente todas as causas de alteração no padrão do piscar entre crianças.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…

Duvida-de-Pacientes

Foco na Dúvida dos Pacientes: “Minha esposa e eu usamos óculos, meu filho também usará?”

A pergunta é simples, a resposta nem tanto. Posto de outra forma, o que está sendo perguntado é sobre a hereditariedade de determinados problemas de visão, ou simplesmente, a possibilidade de filhos terem problemas semelhantes aos dos pais.

O primeiro aspecto a ser considerado para a resposta é o motivo pelo qual os pais utilizam óculos:

  • Se exclusivamente para leitura de perto, por já terem mais de 40 anos… Sendo este o caso, também os filhos precisarão de óculos, quando eles mesmos tiverem esta idade. Para esses casos, não estamos falando, de alguma doença, mas de presbiopia;
  • Se apresentam miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo… Sabe-se que há fatores genéticos para essas doenças; no entanto, evidências têm sugerido que fatores ambientais como uso excessivo de telas (como as de celulares ou tablets), associado a períodos cada vez mais curtos de atividades à luz do sol, favorecem o desenvolvimento de miopia, por exemplo;
  • Se têm ceratocone. Existe alguma controvérsia sobre o padrão de herança do ceratocone, mas ao que parece múltiplos genes (potencialmente herdáveis) estão envolvidos, bem como fatores ambientais (exposição a alérgenos), além do (péssimo) hábito de coçar os olhos. É relativamente comum, a ocorrência de casos de ceratocone entre parentes de primeiro grau.

A mensagem que deve ser lembrada é a de que tanto fatores genéticos, quanto ambientais estão, em alguma medida, envolvidos no desenvolvimento desses problemas de visão. Isto torna difícil prever com a exatidão desejada pelos pais, quais as chances de os filhos serem acometidos também. Finalmente, vale a recomendação de que sejam feitas visitas regulares ao Oftalmologista de confiança da família, o qual pode orientar a conduta mais apropriada caso a caso.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…

sulcoflex-4

Foco nas Lentes Suplementares

Número cada vez maior de pacientes com catarata tem optado pelas lentes multifocais, como forma de dependerem minimante do uso de óculos no pós-operatório. No entanto, esta tecnologia é relativamente nova, de modo que pessoas operadas até cerca 20 anos atrás, não puderam contar com esta alternativa. Mesmo entre cirurgias mais recentes, há quem tenha optado por lentes monofocais num primeiro momento, arrependendo-se dessa escolha algum tempo depois.

Fato é que, eventualmente, pacientes que tiveram lentes monofocais implantadas perguntam: “posso trocar minha lente por uma multifocal?”

Existe a cirurgia de explante e substituição de lente. Tal procedimento costuma demandar manipulação cirúrgica maior que o da própria cirurgia de catarata; por isto mesmo, só é indicada em situações excepcionais. Entretanto, há uma opção mais simples e segura: o implante de lente suplementar. Este tipo de lente foi desenvolvido especificamente para colocação sobre a lente previamente implantada, acrescentando o componente multifocal, de maneira mais precisa e segura.

Esquema mostrando o posicionamento de uma lente suplementar (em vermelho) posicionada sobre a lente intraocular previamente implantada (em amarelo).

Informe-se com seu Oftalmologista de confiança.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…

Inteligibilidade-2

Foco na Inteligibilidade

Se você não consegue explicar algo em termos simples, então você não compreende suficientemente bem do assunto.Albert Einstein

Imaginemos que uma pessoa goste de música e comece a ler sobre o assunto. Se, ainda como principiante, tal pessoa tiver acesso a uma partitura, ou a alguma resenha redigida por um crítico de arte, certamente essa pessoa entenderia muito pouco sobre esses conteúdos. Eventualmente, comprometendo o interesse que inicialmente apresentava.

Stephen Hawking tornou-se autor renomado escrevendo livros sobre assuntos tão complexos quanto buracos negros ou as interações existentes entre partículas sub-atômicas. Isto, não para outros físicos, mas para o público geral… a resposta a este (aparente) paradoxo é simples: mesmo assuntos complexos podem ser abordados de forma simplificada, de modo a torná-los inteligíveis. Assim, uma vez que o leitor vá sedimentando conhecimento (e interesse) a respeito, esses assuntos podem ser revisitados numa escala crescente de detalhamento.

Esta mesma lógica pode ser aplicada à Oftalmologia: não é necessário, ao menos a princípio, detalhar a um paciente o que é, ou como funciona, uma lente intraocular asférica, outra com profundidade extendida de foco, ou outra que dependa de apodização; mas é simples explicar que existem diferentes planejamentos cirúrgicos, cada um com seus pontos positivos e limitações, sendo possível alcançar visão nítida, sem óculos, após operar a catarata. Tão importante quanto o domínio de determinado assunto, é a capacidade de comunicação, em diferentes níveis de detalhamento, tornando-o o mais claro possível a diferentes públicos.

Informe-se (claramente) com seu Oftalmologista de confiança.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…

Sensibilidade-ao-Contraste-7

Foco na Sensibilidade ao Contraste

Certamente, você já ouviu a expressão: “preto no branco“. O que ela expressa é que, intuitivamente, todos temos a noção de distinção, delimitação ou contraste.

Na avaliação Oftálmica de rotina, é feita a mensuração quantitativa da visão por meio de testes como o de Snellen.

Optotipos de Snellen (mensuração quantitativa da visão).

A avaliação de Sensibilidade ao Contraste oferece um parâmetro p/ avaliação qualitativa da visão, sendo utilizada, sempre que necessário, de modo complementar aos métodos quantitativos.

Teste de Sensibilidade ao Contraste (avaliação qualitativa da visão).

Exemplos de utilização do Teste de Sensibilidade ao Contraste:

  • Pacientes com catarata em estágio inicial podem apresentar visão “quantitativamente normal”, apesar de haver comprometimento qualitativo da visão;

Tratamentos que oferecem melhora na sensibilidade ao contraste são possíveis a alguns casos de prescrição de óculos, adaptação de lentes de contato, Cirurgia Refrativa ou de Catarata. Informe-sem com seu Oftalmologista de confiança.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…

DR-1

Foco no Descolamento de Retina

A retina é a estrutura responsável pela conversão da luz em estímulos neuronais capazes de serem processados pelo cérebro. Para que funcione adequadamente, a retina deve estar posicionada sobre outras estruturas que compõem o fundo do olho. No entanto, há situações em que a retina perde, parcial ou totalmente, o posicionamento ideal.

O descolamento da retina pode apresentar-se como perda súbita e indolor da visão, sem sintomas prévios. Mas o mais comum é que antes de algum comprometimento visual importante, a pessoa perceba aumento na quantidade de moscas volantes (também conhecidas como floaters), flashes sem causa aparente ou embaçamento de parte da visão no olho acometido.

Qualquer pessoa pode sofrer um descolamento de retina; fatores como miopia elevada (geralmente maiores que 5 “graus”), antecedentes familiar ou pessoal de descolamento aumentam as chances de ocorrência da doença. Não deve haver demora até o início do tratamento, o qual é cirúrgico. Quanto menor o tempo entre o começo do problema e o tratamento, maiores as chances de recuperação visual.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…

IC-4

Foco na Insuficiência de Convergência

Ao olharmos algo próximo, como à leitura, nossos olhos convergem, direcionando-se ao objeto de interesse. No entanto, há situações nas quais esse direcionamento é insuficiente, interferindo com a qualidade da visão; a esses casos, chamamos Insuficiência de Convergência.

Pessoas afetadas por Insuficiência de Convergência costumam referir algum nível de duplicidade da imagem, cansaço visual, embaçamento ou dores de cabeça. Tais sintomas podem desparecer, caso a pessoa utilize somente um dos olhos à leitura. Muitas vezes, essas pessoas não necessitam do uso de óculos para a visão de longe.

Muitos casos são diagnosticados ainda na infância, outros podem surgir na vida adulta. As causas não são completamente compreendidas, principalmente entre crianças. Para os adultos acometidos, traumas cranioencefálicos, ou doenças que interfiram com a estimulação neuromuscular, como a Miastenia Grave, costumam ser as principais causas.

O tratamento passa pela estimulação da musculatura responsável pela movimentação ocular, de modo a facilitar a convergência. Tal estimulação pode ser realizada sob a supervisão de um Ortoptista, profissional que dispõe de técnicas e instrumentos que facilitam o tratamento. Há casos em que a prescrição de óculos com prismas, ou mais raramente, a abordagem cirúrgica desses músculos podem estar indicadas.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…

Screenshot

Foco na Queixa (INcomum?) do Paciente

Quem só Medicina sabe, nem Medicina sabe.Mark Twain

Qualquer estudante de Medicina conhece esta afirmação. No entanto, conhecer “só Medicina” já não demandaria um esforço enorme? Não insinuo, com este questionamento, que o Médico não deva conhecer assuntos outros, que não a profissão. O que digo é que conhecer, ainda que minimamente, a Medicina exige (muito) estudo, o qual deve seguir pela vida afora.

Na semana passada, fui procurado por uma paciente interessada no exame Oftálmico de rotina. Na fase da entrevista, questionada sobre condições gerais de saúde, a paciente não referiu nada de importante. Assim que comecei o exame de Refratometria, para a provável prescrição de óculos, ela mencionou espontaneamente: “Doutor, há 2 semanas, venho notando que meu olho esquerdo fecha mais devagar…“. Interrompi o exame, olhei atentamente para a paciente e notei que o espaço entre as pálpebras superior e inferior no olho esquerdo era sutilmente menor que no direito. Pedi que a paciente piscasse e notei que, de fato, a movimentação da pálpebra superior do olho esquerdo estava discretamente lentificada. Numa paciente de cerca de 40 anos, aparentemente saudável em consulta de rotina… o quanto tal situação deveria ser valorizada? Completei minha avaliação, então comecei a orientar a paciente.

Não é difícil imaginar o quanto a Medicina aborda assuntos distintos: da Obstetrícia, passando pela Ortopedia, Cardiologia… entre outras (o Conselho Federal de Medicina reconhece 55 especialidades médicas). Cabe ao Médico conhecer, ao menos, o essencial e cada uma dessas áreas. Ainda assim, recomenda-se ao Médico, que aprofunde os conhecimentos da área de atuação principal. Para tanto, o profissional conta com pós-graduações Latu Sensu (Residência Médica), Strictu Sensu (Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado), além da Educação Médica Continuada (Cursos, Jornadas, Congressos e leitura de publicações técnico-científicas). Na minha prática diária, os assuntos prevalentes são óculos, lentes de contato, Ceratocone, Cirurgia Refrativa e de Catarata. Aquela queixa soou um pouco estranha a princípio… mesmo assim, a valorizei. Há uma doença da transmissão neuromuscular chamada Miastenia Grave, a qual pode permanecer restrita aos olhos e pálpebras, ou generalizar-se acometendo a musculatura de qualquer parte do corpo. Desde 2003, ano de minha formatura, não lia nada a respeito desta doença, mas saber que algo poderia justificar a queixa aparentemente inusitada fez toda a diferença: a paciente fora encaminhada a um Neurologista, o qual teve a mesma impressão sobre o diagnóstico.

Sem qualquer pretensão de vangloriar-me pelo caso (honestamente, acredito ter cumprido o que se espera do meu trabalho somente), a situação ilustra como a Oftalmologia, enquanto especialidade, vai muito além da prescrição de óculos; bem como o quanto deve atuar de modo integrado a outras especialidades médicas, como abordamos em post anterior.

Consulte-se regularmente com seu Oftalmologista de confiança, este profissional pode cuidar da saúde de seus olhos… e muito mais. Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

Agende sua consulta num “click.

Conheça nosso serviço de TELEMEDICINA.

Gostou do post???… Então, por favor, compartilhe!!!…