Female eye on surgery clinic exam closeup

Foco em Minha Experiência como Paciente de Cirurgia Refrativa

Quem estiver acompanhando meus posts há algum tempo, deve ter notado que raramente publico opiniões pessoais. Na maioria das postagens, apresento conteúdo amparado em literatura médica, buscando o mínimo de subjetividade. Desta vez, no entanto, farei justamente o oposto: apresentarei o relato de um paciente que conheço bem… eu mesmo.

Quando algum paciente manifesta interesse em Cirurgia Refrativa, apresento os pontos que considero mais importantes como: indicações, tipos e limitações da Cirurgia Refrativa. Vez ou outra, escuto algo do tipo: “…o senhor teria coragem de ser operado???…” Nessas ocasiões, sem disfarçar meu contentamento, respondo: “Tive… isto já tem 20 anos e sigo satisfeito!”

A Cirurgia Refrativa é eletiva por excelência, ou seja, submete-se algum procedimento desta natureza, quem assim desejar (desde que também, estejam cumpridos todos os critérios médicos de indicação, obviamente). Pessoas que estejam satisfeitas com uso de óculos ou lentes de contato, ou ainda, que tolerem, sem dificuldades, pequenos “graus” de miopia, hipermetropia ou astigmatismo não são boas candidatas à Cirurgia Refrativa.

No meu caso, eu estava prestes a iniciar o último ano de faculdade, era totalmente dependente de óculos ou lentes de contato para meus quase 5 de miopia e 2 de astigmatismo em cada um dos olhos. Li sobre o LASIK, um tipo de Cirurgia Refrativa, numa época em que a informação técnica não era tão prontamente disponível a alguém que não fosse Oftalmologista; “juntei” a pouca coragem que tinha e fui operado. Os resultados superaram (e muito) minhas expectativas. Não por coincidência, interessei-me por Oftalmologia daquele dia em diante, particularmente Cirurgia Refrativa. Um pouco depois, já na Residência Médica, a Cirurgia de Catarata completou o campo de atuação que escolhi para o resto de minha vida profissional. Assim, ter passado pela Cirurgia Refrativa permitiu, bem mais do que “aposentar” meus óculos e lentes de contato, pois me apresentou a Oftalmologia, e, mesmo, modificou meu estilo de vida, facilitando minhas corridas de rua, as quais ainda gosto de praticar.

Acredito que cabe ao Oftalmologista compreender as demandas e expectativas de cada paciente, buscando atendê-las o mais fielmente possível. Assim, talvez, possamos a proporcionar, a cada um, a mesma satisfação que experimentei 20 anos atrás.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco nos usos do LASER em Oftalmologia

As bases teóricas do que hoje conhecemos por LASER remontam ao início do século passado, com os trabalhos de Einstein. De maneira extremamente simplificada, tem-se que alguns compostos químicos ao serem estimulados por luz, passam a emitir um tipo específico de radiação: o LASER. A partir os anos 50, quando o uso estava restrito a centros de pesquisa, o termo LASER começou a ser associado a inovação, tecnologia de ponta… noção amplamente difundida no cinema e na TV. Atualmente, o LASER é empregado em campos tão diversos quanto Astronomia, Informática, Telecomunicações, Medicina, entre outros.

Quanto às aplicações médicas do LASER, apresentaremos brevemente alguns usos em Oftalmologia:

Cirurgia Refrativa

O LASER pode ser utilizado para modificar o formato da córnea, tratando miopia, hipermetropia, astigmatismo e, em determinadas circunstâncias, presbiopia pré-existentes.

Cirurgia de Catarata

Recentemente, o LASER vem sendo incorporado à Cirurgia de Catarata. No entanto, ainda NÃO demonstrou superioridade, em termos de qualidade visual pós-operatória ou segurança, em comparação à cirurgia tradicional. Opacificação de cápsula posterior, condição que ocorre em uma minoria dos olhos operados de catarata, pode ser corrigida pelo uso do LASER.

Tratamento de lesões retinianas

Descolamentos, lesões degenerativas, retinopatia diabética ou hipertensiva, entre outras doenças retinianas podem ser tratadas com o emprego do LASER, ainda que seja como modalidade auxiliar ao uso de medicamentos ou cirurgias.

Tratamento do Glaucoma

Algumas formas de glaucoma apresentam bom controle com o emprego de procedimentos ditos “ciclodestrutivos”. Para tais casos, o LASER é o principal instrumento.

Instrumentos diagnósticos

A Tomografia de Coerência Óptica é um exame de interesse a subespecialidades como Córnea, Retina ou Glaucoma. Esses tomógrafos têm funcionamento baseado no LASER. Mas este já é assunto p/ um próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Personalização do Tratamento

Personalização é um termo recorrente em nossos posts, não por acaso… Cada pessoa apresenta demandas próprias, as quais geram expectativas. Cabe ao Médico entender essas demandas e, a partir disto, propor tratamentos que as cumpram o mais fielmente possível.

Segue um exemplo: no último dia 14, atendi a uma paciente de 30 anos, moderadamente míope para um dos olhos e com alta miopia no outro, condição chamada anisometropia. Ela buscava correção cirúrgica do problema, pois só alcança visão de boa qualidade – virtualmente 100% – em uso de lentes de contato. A partir da avaliação Oftálmica de rotina e dos exames pré-operatórios apropriados, sugeri a ela que passasse por Cirurgia Refrativa a LASER para o olho de menor miopia e por implante de Lente Intraocular Fácica para o olho “mais míope”. A paciente esperava (mais uma vez) ouvir que, não sendo candidata ideal à correção a LASER para os dois olhos, deveria seguir usando lentes de contato… à expressão de certo desânimo, seguiu-se uma de surpresa e, então, um sorriso. Uma vez compreendida a proposta, a paciente a aceitou prontamente, devendo ser operada em breve.

Mais do que simplesmente “enxergar bem”, esta paciente deseja alcançar boa visão sem o uso de lentes de contato. A conduta foi elaborada com o intuito de atender a esta demanda.

Tão importante quanto conhecer as diferentes alternativas de tratamento, no que se refere a indicações, limitações e vantagens potenciais de cada uma, é empregá-las de modo a satisfazer os anseios dos pacientes.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Boa Visão ao Dirigir

Não são poucos os pacientes que comparecem ao consultório do Oftalmologista à época da obtenção ou renovação da Carteira Nacional Habilitação.

Simulação de visão com cerca de 1,5 “graus” de miopia.

Segundo as normas vigentes, para ter acesso à habilitação nas categorias A (motocicletas) ou B (a maior parte dos carros de passeio), deve-se alcançar, ao menos, 85% (20/40) de eficiência visual para cada olho. Nas categorias C, D ou E (geralmente solicitadas para condutores profissionais), o percentual mínimo de exigido para cada olho é de 90% (20/30). Há situações nas quais um dos olhos pode apresentar qualidade de visão consideravelmente inferior à do outro olho. Para esses casos, exigem-se níveis de eficiência visual, do olho com melhor visão, superiores aos citados anteriormente, sendo: para habilitações categorias A ou B de 90% (20/30) e para categorias C, D ou E, ao menos 95% (20/25).

Tabela de acuidade visual (20/40 na posição de número 5, 20/30 na posição de número 6 e 20/25 na posição de número 7).

Em muitas habilitações, consta a exigência do uso de lentes corretivas (óculos ou lentes de contato). A esses condutores, a Cirurgia Refrativa pode ser uma alternativa, desde que, apresentem avaliação ocular favorável à realização do procedimento.

Portadores de discromatopsias (“Daltonismo”) não costumam ter grandes dificuldades para obtenção da habilitação, desde que sejam capazes de distinguir as posições das luzes no semáforo.

Existem situações para as quais podem ser solicitadas avaliações outras, tais como: percepção tridimensional (estereopsia), teste de ofuscamento, motilidade ocular, ou mesmo, análise do campo visual. No entanto, este é assunto para algum post futuro.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Cirurgia da Miopia (MUITO) Alta

Quando o assunto é “Cirurgia da Miopia” como alternativa ao uso de óculos ou lentes de contato, as pessoas costumam ter em mente a correção a LASER. Tal procedimento, como regra geral, costuma ser indicado para pacientes com córneas normais e miopia de, no máximo 10 “graus”, ou mais apropriadamente, 10 dioptrias.

No entanto, há pacientes que apresentam miopias bem acima de 10 dioptrias, ou cujas córneas não sejam ideais para a correção a LASER. Para esses pacientes, a melhor alternativa cirúrgica pode ser a indicação das chamadas “Lentes Fácicas”, as quais são implantadas dentro dos olhos. Tal cirurgia difere da cirurgia de catarata, por não envolverem o cristalino. O que ocorre, é que se implantam lentes específicas para alto míopes anteriormente, ou posteriormente à íris, a depender do modelo indicado. O procedimento é considerado seguro e eficaz, além de preservar a córnea nos casos em que a ocorrência de ceratocone não pode ser descartada, podendo ser reversível, com a retirada das lentes, caso necessário.

Lente Fácica posicionada anteriormente à íris.
Lente Fácica posicionada entre a íris e e cristalino.

Mais recentemente, lentes para correção do astigmatismo, com ou sem miopia ou hipermetropia, também foram desenvolvidas. Mas este já é assunto para um próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Cirurgia Refrativa para Esportes Aquáticos

Tanto o uso de lentes de contato, quanto a realização de Cirurgia Refrativa constituem-se em alternativas aos óculos para a prática de vários esportes. No entanto, entre esportes aquáticos, a recomendação de Cirurgia Refrativa reina soberana.

Lentes de contato não estão indicadas a nadadores.

Muitas pessoas imaginam que o uso de óculos de natação permitiria o uso concomitante de lentes de contato… entretanto, a água que chega aos olhos, apesar do uso desses óculos, é suficiente p/ levar microorganismos até as lentes de contato. Isto aumenta muito os riscos de complicações, entre as quais, a infecção corneana por acantameba, podendo resultar em prejuízos permanentes à visão.

As vantagens de se enxergar bem durante as competições são óbvias, principalmente, entre atletas de alto rendimento, p/ os quais vitórias e eventuais quebras de records são conquistadas nos detalhes.

Vale ressaltar que a realização da Cirurgia Refrativa está condicionada a uma série de fatores de cada paciente, entre os quais: idade, refração (o “grau”) e evidências consistentes de que as córneas sejam saudáveis. Informe-se sobre mais detalhes com seu Oftalmologista de confiança.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco no Paciente com Medo (Exagerado) de Operar

“…Será que eu poderia acordar só ao final da cirurgia???…”

Nada mais natural que sentir algum medo frente a uma indicação cirúrgica. Para cirurgias eletivas, aquelas sem caráter de urgência, tal medo costuma ser mais facilmente superado pelos pacientes, uma vez que muitas dessas cirurgias são solicitadas voluntariamente por eles mesmos.

Há pacientes, no entanto, que têm muita dificuldade em assimilar – e controlar – o próprio medo de serem submetidos a procedimentos cirúrgicos. Não raramente, candidatos à Cirurgia Refrativa, ou pacientes com Catarata, condicionam a realização do procedimento a não perceberem nada do que se passa durante a cirurgia, como no exemplo mostrado a cima. Apesar de não ser consenso entre Psiquiatras, uma vez que não consta da versão mais atual do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o medo exagerado de submeter-se a procedimentos cirúrgicos pode constituir uma fobia específica, a Tomofobia.

A todo paciente com indicação cirúrgica, faz-se necessária explicação clara e acessível dos riscos e benefícios potenciais inerentes a cada procedimento. Pacientes em situações particulares, como portadores de Transtorno de Ansiedade Generalizada ou, mesmo, a controversa Tomofobia certamente serão beneficiados por abordagem individualizada e multidisciplinar, com participação do Anestesiologista e do Psiquiatra.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Cirurgia Refrativa no Ceratocone

Acontece no consultório vez ou outra: paciente interessado na cirurgia de correção do “grau” (Cirurgia Refrativa) é surpreendido pelo diagnóstico de ceratocone… tem-se nestas circunstâncias, além da contraindicação ao procedimento, a preocupação quanto à eventual piora da visão.

Costumo dizer aos candidatos à Cirurgia Refrativa, que todos os esforços devem ser feitos no sentido de assegurar que a córnea, componente do olho manipulado durante o procedimento, seja normal. Assim, mesmo casos leves, ou suspeitos, de ceratocone não devem ser submetidos à cirurgia.

Contudo, esta concepção tem mudado: número crescente de artigos científicos têm demonstrado resultados animadores de Cirurgia Refrativa para casos selecionados de ceratocone. Ainda restam mais perguntas que respostas, por isto mesmo, até o momento, não indico a realização de Cirurgia Refrativa a esses pacientes. No entanto, é possível que em pouco tempo, esses pacientes possam ser beneficiados por esta alternativa, ou seja: uma mudança muito bem-vinda de paradigma.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco em Indicações Menos Comuns da Cirurgia Refrativa

Por “Cirurgia Refrativa“, nos referimos a procedimentos que tratam a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e, sob certas condições, também a presbiopia. Assim, a finalidade mais comum é tornar o paciente menos dependente do uso de óculos ou lentes de contato. No entanto, há indicações menos comuns, ainda assim, importantes da Cirurgia Refrativa. Seguem alguns exemplos:

– Cirurgia Refrativa facilitando o uso de óculos… apesar de soar incoerente a princípio, é exatamente isto. Indiquei a cirurgia a uma de minhas pacientes, pois ela não tolerava bem o uso de óculos. Tal paciente era anisométrope, ou seja, apresentava “grau” bem maior num olho, que no outro. Uma vez que tal diferença fora desfeita, o uso de óculos passou a ser bem mais tranquilo a ela. Em outras palavras, ela desejava usar óculos, mas as prescrições anteriores à cirurgia eram desconfortáveis. Um pouco mais comum, neste mesmo sentido, é a indicação a pacientes présbitas que optam pela correção do “grau” de longe, mantendo o uso de óculos somente p/ a uso da visão de perto.

– Cirurgia Refrativa como tratamento de alguns casos de estrabismo: há algumas formas de estrabismo cujo tratamento é simplificado pela correção da hipermetropia presente nesses pacientes.

Erradamente entendida como procedimento estritamente estético por alguns, a Cirurgia Refrativa encontra indicações de ordem médica, como as mostradas anteriormente. Informe-se com seu Oftalmologista de confiança, caso você ache que a Cirurgia Refrativa possa estar indicada no seu caso.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco nas demandas do paciente cirúrgico

Em nosso primeiro post, reafirmamos nosso compromisso com a personalização do tratamento, entendendo que cada paciente é único. Imaginemos 3 perfis de pacientes: um engenheiro civil de 43 anos, míope, que tem por hobby participar de corridas de rua; um advogado de 61 anos, astigmata, que adora viajar de moto e uma aposentada de 68 anos, hipermétrope, fã de trabalhos manuais, que mais recentemente, começou a usar chamadas de vídeo para contactar familiares e amigos. Na consulta, todos os três pedem basicamente a mesma coisa: opção cirúrgica para enxergarem bem, tanto para longe, quanto para perto, sem óculos…

É fundamental reconhecer  as particularidades de cada paciente, tanto no que se refere às condições orgânicas dos olhos, quanto na expectativa de cada um. Não é difícil imaginar que a solução às demandas de cada um destes pacientes passa por abordagens diferentes, as quais devem ser muito bem conhecidas pelo Oftalmologista: o engenheiro, pode ser beneficiado pela Cirurgia Refrativa a LASER na córnea, enquanto para o advogado e  para a aposentada, a substituição do cristalino senil por lentes intraoculares pode ser a melhor opção, isto porque, a diversidade de desenhos dessas lentes (esférica, asférica, tórica, bifocal, trifocal, de foco extendido ou a combinação destes modelos) permite atender à demanda de cada um.

A personalização do tratamento, no entanto, não está restrita a pacientes cirúrgicos, mas isto é assunto p/ um próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

 

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