Em post anterior, já comentamos sobre as deficiências na percepção de cores, as chamadas discromatopsias, ou mais comumente: “daltonismo”. Essas doenças ocorrem por funcionamento anormal de certos componentes da retina, os cones. A maioria dos pacientes apresenta formas leves as quais, muitas vezes, passam despercebidas por toda a vida. No entanto, há formas formas mais evidentes, com limitações importantes na distinção entre as cores.
Eventualmente, são oferecidos no mercado, óculos ou lentes de contato elaborados especificamente para tratamento do daltonismo. A indicação e o funcionamento de tais recursos é controversa: em tese, esses óculos ou lentes de contato apresentam filtros específicos para determinadas cores, o que pode melhorar a percepção de contraste por pacientes com formas leves de daltonismo, melhorando, desta forma, a qualidade da visão.
Pacientes com formas mais evidentes de daltonismo não costumam notar melhora significativa. Outro aspecto que merece atenção é que qualquer melhora que esse recurso eventualmente propicie, só ocorre por ocasião do uso das lentes ou óculos, ou seja: não há qualquer tratamento da causa do problema nos cones da retina; em outras palavras, não ocorre “cura” da deficiência de percecpção de cores pelo uso de lentes ou óculos para daltonismo.
O Oftalmologista pode auxiliar na decisão sobre o uso, ou não, deste recurso, individualizando o tratamento.
Até o próximo post.
Giuliano Freitas – Oftalmologista.