Prevalence

Foco no Ceratocone: Prevalência

Em nosso post anterior, foi comentado que, ao serem surpreendidos por um diagnóstico de ceratocone, os pacientes costumam perguntar se a doença é “comum”… Em outras palavras, perguntam sobre a PREVALÊNCIA do ceratocone.

Não existe resposta definitiva a esta pergunta. Tradicionalmente, costuma-se dizer que 1, entre 2.000 pessoas, apresenta ceratocone. No entanto, estudos que buscam estimar a prevalência da doença nem sempre utilizam dos mesmos critérios diagnósticos, levando a variações significativas nos resultados: há estudos que sugerem 1 caso a cada 400 pessoas, até os que estimem 1 entre 5.000 pessoas. A introdução de novas tecnologias diagnósticas tem permitido a detecção de formas assintomáticas, acrescentando casos às estatísticas. A prevalência também está sujeita à distribuição geográfica e à composição étnica das populações estudadas.

Do exposto, a mensagem que deve ficar é que o ceratocone não é uma doença rara e mais: as formas pouco sintomáticas parecem ser mais comuns do que se considerava até recentemente.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco no Ceratocone: Comprometimento Visual

Ao serem surpreendidos por um diagnóstico de ceratocone, duas perguntas cosumam ser feitas pelos pacientes: “é algo grave?”… “é comum?”… Neste post e no da próxima semana, abordaremos estes questionamentos.

O ceratocone é estigmatizado como uma doença grave, que apesar de não causar cegueira irreversível, pode comprometer a qualidade da visão de modo importante.

É inegável que existem formas mais graves, para as quais, a reabilitação visual demanda a combinação de procedimentos cirúrgicos e não-cirúrgicos. No entanto, a partir do aperfeiçoamento das tecnologias utilizadas no diagnóstico, formas leves (por vezes, imperceptíveis aos pacientes) têm sido diagnosticadas.

Tão importante quanto o diagnóstico do ceratocone, é o acompanhamento desses pacientes, para que se possam diferenciar formas estáveis da doença, não sujeitas a agravamentos espontâneos, das formas progressivas, as quais costumam ter pior prognóstico visual.

Seu Oftalmologista de confiança tem todas as condições de diagnosticar a eventual ocorrência de ceratocone, monitorar a estabilidade da doença, bem como, propor o tratamento mais apropriado a cada caso.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Conscientização sobre o Ceratocone

Nossa visão depende, entre outros fatores, que a principal lente do olho, a córnea, tenha formato apropriado. Há doenças que modificam esse formato, sendo o ceratocone uma das principais.

No ceratocone, há uma tendência ao encurvamento e afinamento da córnea, com consequente piora na qualidade da visão. Por mais que não cheguem à cegueira, pacientes com ceratocone podem deixar de ter visão normal (eventualmente, mesmo sem uso de óculos ou lentes de contato), passando a demandarem o uso de lentes específicas ou procedimentos cirúrgicos, como o implante de Anel de Ferrara e o transplante de córnea.

Com o avanço da tecnologia utilizada no diagnóstico, formas cada vez mais leves e pouco sintomáticas vem sendo detectadas. Também o tratamento tem evoluído: a coceira nos olhos (queixa comum entre pacientes com ceratocone e provável fator de piora da doença), costuma ter boa resposta ao uso de colírios; o Cross-Linking, quando bem indicado, pode evitar o agravamento da doença.

Por ocasião da consulta Oftálmica de rotina, seu Oftalmologista de confiança pode suspeitar da ocorrência de ceratocone. O tratamento mais indicado varia caso a caso, voltaremos a este assunto em breve…

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Atualização Médica por Teleconferência

No último post, Foco na Indicação da Cirurgia de Catarata: Escolhendo seu Cirurgião, foi citada a necessidade de atualização constante por parte do Oftalmologista, enfatizando-se a participação regular em atividades científicas.

Tradicionalmente, tais atividades são classificadas como Congressos, Jornadas, Simpósios, Cursos, etc… De algum tempo para cá, palestras ou aulas por teleconferência, também chamadas de Webmeetings, Lives, ou Webinars (como ficaram mais conhecidas), somaram-se a essas modalidades. A popularidade dos Webinars ganhou grande impulso com o isolamento social associado ao enfrentamento à COVID-19, uma vez que muitas das atividades tradicionais foram adiadas ou, mesmo, canceladas.

Entre as vantagens dos Webinars está o fato de possibilitarem a interação em tempo real entre especialistas, de diferentes localidades, a um custo muito menor que o das modalidades presenciais. Isto pode facilitar – e muito! – na disseminação de conhecimento técnico-científico, o qual é sempre bem-vindo à boa prática Médica.

Longe de defender que os Webinars devam substituir as formas presenciais de atualização médica, sou entusiasta de que a teleconferência firme-se como um elemento a mais no rol de opções. Situações nas quais haja transferência de habilidades cirúrgicas seguirão necessitando de um bom instrutor lado a lado com quem aprende, para ficarmos num exemplo de interação humana imprescindível.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Indicação da Cirurgia de Catarata: Escolhendo seu Cirurgião

Diferentemente do que foi discutido nas duas publicações anteriores, nas quais a decisão deve ser compartilhada entre médico e paciente, esta escolha cabe exclusivamente aos pacientes. Apesar da importância evidente, o assunto costuma suscitar polêmicas, talvez por isto, seja pouco discutido.

Frente à indicação de uma cirurgia de catarata, os seguintes fatores podem ser levados em consideração, quase sempre de forma subjetiva, pelos pacientes:

– Capacitação técnica do cirurgião, da qual fazem parte a formação médica (verificável junto ao Conselho Federal de Medicina), a experiência cirúrgica, bem como a busca por atualização constante (por meio da participação em eventos científicos ou publicação de artigos, por exemplo);

– Empatia na relação médico/paciente, a qual pode ser entendida como interesse sincero do cirurgião em oferecer o melhor ao paciente;

– Contar com tecnologia confiável (desde a consulta, ao acompanhamento pós-operatório);

– Recomendações de pessoas próximas ao paciente.

Em última análise, essa escolha baseia-se na CONFIANÇA que pacientes depositam no trabalho do cirurgião. Cabe ao cirurgião fazer jus a essa confiança.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Indicação da Cirurgia de Catarata: Lentes Intraoculares

Poucas cirurgias evoluíram tanto nos último 30 anos como a da catarata. Em grande medida, tal evolução ocorreu nas lentes intraoculares utilizadas no procedimento: a variedade de materiais e desenhos ampliaram o alcance do procedimento, que passou da substituição do cristalino pouco transparente, também à correção da miopia, hipermetropia, astigmatismo e, mesmo, da presbiopia preexistentes.

A indicação do modelo mais apropriado de lente intraocular depende de preferências pessoais do paciente, bem como, de condições orgânicas específicas de cada olho. Assim, costuma variar de um paciente a outro, podendo ser diferente até entre os dois olhos de um mesmo paciente.

O Oftalmologista, baseando-se na consulta criteriosa e exames pré-operatórios modernos, dispõe de todas as condições para selecionar a combinação que ofereça, a cada paciente, nitidez e mínima dependência de óculos no pós-operatório.

Até o próximo post: escolhendo seu cirurgião.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Indicação da Cirurgia de Catarata: “Timing”

Não, você não está relendo o post de 19/10/2019… Na verdade, o que pretendo, ao longo desta e das duas próximas publicações, é aprofundar alguns aspectos do que já fora discutido.

É verdade que a maior parte dos pacientes de catarata é operada por volta dos 60 anos, mas idade é apenas um dos fatores a serem considerados na indicação.

Há quem, eventualmente, procure por uma segunda opinião, principalmente quando o colega baseia a indicação excessivamente “no ‘quanto’ o paciente enxerga” (ou no que “deixou de enxergar”) ao exame.

Particularmente, acredito que o mais importante para a definição do melhor momento para a indicação da cirurgia seja a vontade do paciente. Em outras palavras: enquanto o paciente considerar que, apesar da catarata, consegue visão satisfatória para realizar adequadamente as tarefas cotidianas, o procedimento pode esperar, ainda mais considerando o quanto esse público encontra-se ativo atualmente.

Incluir o paciente na tomada de decisão sobre o próprio tratamento, buscando orientar, ao invés de condicionar condutas. Esta é a postura que deve ser adotada, sempre, pelo Oftalmologista.

Até o próximo post: Tipos de Lentes Intraoculares.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco (na Verdadeira) Alergia Ocular

No exame Oftálmico de rotina, mesmo entre pacientes que desejam basicamente a prescrição de óculos, é comum a queixa de “alergia nos olhos“…

A definição do termo alergia, mostrada acima, foi tomada de um dicionário de acesso gratuito, direcionada ao público geral. Caso fôssemos aprofundar o assunto, da perspectiva médica, a participação do sistema imune nas alergias tornaria este texto excessivamente técnico e longo.

O que importa neste post, é esclarecer que nem toda irritação de loga duração (ou mais corretamente: crônica), ou que se repita frequentemente (ou seja: recorrente) têm necessariamente causa alérgica.

O Oftalmologista, por meio da análise clínica de cada caso, está apto a distinguir a natureza do problema: se decorrente de alergia, olho seco, pingueculites, entre outras; para, então, oferecer o tratamento mais apropriado a cada paciente.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Conjuntivite Causada pelo Novo Coronavírus (COVID-19)

A pandemia de COVID-19 segue impactando o cotidiano de todos nós: nesta semana, 2 pacientes chegaram ao consultório, receosos de estarem com COVID-19, por apresentarem, segundo eles mesmos, “conjuntivite” – sem quaisquer outros sintomas. As dimensões que a pandemia vem alcançando, associada à carência de estatísticas confiáveis, bem como, a disseminação de informações de viés alarmista, favorecem a desinformação, ao invés de delimitarem o panorama realista da situação.

É fato: pacientes com COVID-19 podem apresentar conjuntivite… quantos deles, ninguém sabe ao certo, estatísticas mais conservadoras apontam para cerca de 1% dos infectados pelo Novo Coronavírus, outras afirmam ser mais de 30%; há relatos, ainda, de que conjuntivite pelo Novo Coronavírus só ocorreriam entre os casos mais graves. Também é fato que, ao exame Oftálmico, a conjuntivite causada pelo Novo Coronavírus não pode ser diferenciada de outras conjuntivites de causa viral, como a Adenoviral, por exemplo.

Independemente da causa, se pelo Novo Coronavírus, Adenovírus, entre outras, muitos dos cuidados a serem tomados no sentido de se conter o contágio de outras pessoas são os mesmos divulgados à exaustão nas últimas semanas: higienização rigorosa das mãos, não compatilhamento de talheres, evitar a disseminação de gotículas de secreções, como na tosse ou espirro e, tanto quanto possível, promover o isolamento do doente. Vale ressaltar a ocorrência de uma conjuntivite, com provável causa viral, não se constitui em indicação de teste para COVID-19.

Num eventual quadro de conjuntivite, principalmente naqueles sem qualquer acometimento respiratório simultâneo, não há pelo que se considerar, a priori, que seja COVID-19. Procure por seu Oftalmologista de confiança, sem estresse desnecessário.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Retinopatia Cloroquínica

A diferença entre o remédio e o veneno é a dose…

Paracelso – Médico/ século XVI.

O combate à pandemia de COVID-19 tem imposto uma série de desafios à comunidade médica em todo o mundo. Um dos maiores é o de encontrarem-se medicamentos que auxiliem no combate à doença. Neste contexto, o uso de anti-maláricos, em especial a hidroxiclorquina, vem sendo estudado quanto aos benefícios e riscos potenciais.

Para qualquer medicamento, esperam-se efeitos desejados, os quais justificam a utilização, mas também os feitos colaterais que podem trazer malefícios aos pacientes. Tanto os efeitos desejados, quanto os colaterais, podem sofrer influência de dosagem, duração de utilização, via de aplicação entre outros fatores.

Para a hidroxicloroquina, é bem conhecido, entre os efeitos colaterais, um padrão de alterações retinianas que, apesar de ocorrer numa minoria de usuários, pode comprometer a visão de modo importante e definitivo. A foto que ilustra este post, mostra o chamado “Sinal do Disco Voador” sugestivo de retinopatia cloroquínica à tomografia coerência óptica.

Se a hidroxicloroquina vai se firmar, ou não, como parte do arsenal terapêutico contra a COVID-19 os estudos científicos vão dizer. O que não é bem-vinda, em qualquer contexto, mas particularmente numa pandemia como a que vivenciamos, é a politização do tema, uma vez que a Ciência deve ser apolítica.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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