Durante a gravidez, o organismo materno passa por um série de modificações que, em conjunto, favorecem o desenvolvimento do bebê e preparam o organismo materno para o parto e lactação. A mais evidente dessas modificações é a própria “barriga de gestante”. Aumento volumétrico das mamas, alterações posturais e de pigmentação da pele também são facilmente perceptíveis. Da perspectiva médica, algumas adaptações são bem conhecidas, como no caso do aumento de até 30% no débito cardíaco, ou de 20% no consumo de oxigênio. O que a maior parte das pessoas desconhece, mesmo no meio médico, é que também os olhos passam por modificações durante a gestação, a maioria delas, temporária; no entanto, há algumas que podem impactar permanentemente a visão das gestantes. Neste post, apresentarei brevemente, alterações comuns e temporárias da gravidez.
Olho seco, o qual varia de quadros sutis, a situações mais sérias que dificultam o uso de lentes de contato costumam ocorrer; o tratamento baseia-se no uso de lubrificantes oculares. Modificações refracionais (ou de “grau”), decorrentes de alterações na curvatura, ou de aumento na espessura corneana costumam ocorrer, as quais perduram até o terceiro mês após o parto; por esta razão, tanto quanto possível, evita-se a prescrição de óculos, ou adaptação de lentes de contato, durante a gravidez. Algumas formas de uveítes costumam apresentar melhora espontânea, bem como, entre pacientes com glaucoma, a pressão intraocular parece ter alguma redução durante a gestação.
Infelizmente, há também condições que se agravam, por vezes permanentemente durante a gravidez, como as retinopatias diabética, hipertensiva associada à pré-eclâmpsia e o ceratocone. Mas este é o assunto para próxima semana.
Até o próximo post.