Duvida-de-Pacientes

Foco na Dúvida dos Pacientes: “Minha esposa e eu usamos óculos, meu filho também usará?”

A pergunta é simples, a resposta nem tanto. Posto de outra forma, o que está sendo perguntado é sobre a hereditariedade de determinados problemas de visão, ou simplesmente, a possibilidade de filhos terem problemas semelhantes aos dos pais.

O primeiro aspecto a ser considerado para a resposta é o motivo pelo qual os pais utilizam óculos:

  • Se exclusivamente para leitura de perto, por já terem mais de 40 anos… Sendo este o caso, também os filhos precisarão de óculos, quando eles mesmos tiverem esta idade. Para esses casos, não estamos falando, de alguma doença, mas de presbiopia;
  • Se apresentam miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo… Sabe-se que há fatores genéticos para essas doenças; no entanto, evidências têm sugerido que fatores ambientais como uso excessivo de telas (como as de celulares ou tablets), associado a períodos cada vez mais curtos de atividades à luz do sol, favorecem o desenvolvimento de miopia, por exemplo;
  • Se têm ceratocone. Existe alguma controvérsia sobre o padrão de herança do ceratocone, mas ao que parece múltiplos genes (potencialmente herdáveis) estão envolvidos, bem como fatores ambientais (exposição a alérgenos), além do (péssimo) hábito de coçar os olhos. É relativamente comum, a ocorrência de casos de ceratocone entre parentes de primeiro grau.

A mensagem que deve ser lembrada é a de que tanto fatores genéticos, quanto ambientais estão, em alguma medida, envolvidos no desenvolvimento desses problemas de visão. Isto torna difícil prever com a exatidão desejada pelos pais, quais as chances de os filhos serem acometidos também. Finalmente, vale a recomendação de que sejam feitas visitas regulares ao Oftalmologista de confiança da família, o qual pode orientar a conduta mais apropriada caso a caso.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Prevalência de Ceratocone entre Portadores da Síndrome de Down

Em post anterior, já apresentamos que olhos de portadores da Síndrome de Down apresentam particularidades, entre as quais, possivelmente, maior prevalência de casos de ceratocone.

Publicada recentemente, uma de revisão sistemática sobre o assunto demonstrou que casos de ceratocone são realmente mais frequentes entre esses pacientes, em comparação à população geral. Este fato reforça a necessidade da triagem de pessoas com Síndrome de Down para ceratocone. E mais: suscita a discussão quanto à adequação dos serviços de Oftalmologia às necessidades especiais que este grupo pode demandar.

Para quaisquer pacientes com ceratocone, quanto mais precoce o diagnóstico e mais efetivas forem as medidas de reabilitação visual, menores serão os impactos na qualidade de vida. Entre portadores da Síndrome de Down, que podem necessitar dos serviços de equipes multidisciplinares de atenção à saúde, oferecer a melhor qualidade de visão possível é particularmente importante.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Macro eye photo. Keratoconus - eye disease, thinning of the cornea in the form of a cone. The cornea plastic

Foco na Dúvida dos Pacientes: “Ceratocone tem Cura?”

Não, o Ceratocone não tem cura infelizmente. No entanto, afirmar que não exista cura não é o mesmo que dizer que não haja possibilidades de visão normal a esses pacientes. Felizmente, há tratamento, o qual pode ser divido em duas frentes:

  • Prevenção de agravamentos – Para todo paciente com Ceratocone, faz-se necessária a análise quanto a eventual agravamento (também chamado de “progressão”). Entre pacientes com 40 anos ou mais, sem Cirurgia Refrativa prévia e que não tenham, por hábito, coçar os olhos, este risco é mínimo. Para quaisquer casos, havendo evidências de progressão, o Cross-Linking costuma ser a indicação mais frequente de intervenção com objetivo de conter o agravamento. Não havendo progressão, procede-se à reabilitação visual.
  • Reabilitação visual – Diferente do que muitos imaginam, há pacientes com Ceratocone e visão “normal”, mesmo sem uso de óculos ou lentes de contato. A esses pacientes, há necessidade de reavaliações periódicas somente. Para os demais, prescrição de óculos, adaptação de lentes de contato “gelatinosas“, ou rígidas, conforme o caso, são rotineiras. Em formas mais avançadas da doença, o implante de segmentos intraestromais de anel (o “Anel de Ferrara“), ou mesmo transplante de córnea, podem estar indicados. Não raramente a combinação de recursos, como Anel de Ferrara e lentes de contato rígidas, ou destas com o transplante, pode ser necessária.

As linhas gerais de tratamento expostas neste post podem ser adequadas às necessidades cada paciente pelo Oftalmologista. Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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YoungAndOld-1

Foco na Idade do Paciente com Ceratocone

A correta condução de casos de ceratocone deve, necessariamente, levar em conta os seguintes fatores para pacientes de qualquer idade:

. A possibilidade de piora da doença (também chamada “progressão”);

. Registrar, de modo mais confiável e reprodutível possível, uma série de parâmetros corneanos, particularmente curvatura e espessura;

. Determinar a forma mais apropriada de reabilitação visual;

. Considerar a eventual ocorrência da forma familiar da doença.

A partir destas premissas, considerações específicas aos diferentes grupos etários devem ser feitas:

Entre pacientes mais jovens (adolescentes e adultos por volta dos 30 anos), encontramos o grupo mais susceptível à progressão. Por isto mesmo, a este grupo, costuma estar indicado Cross-Linking entre as medidas de contenção ao agravamento. A este grupo, ainda, podem estar indicadas as mais diversas modalidades de reabilitação visual: uso de óculos, lentes de contato “gelatinosas”, lentes de contato rígidas, implantação de Anel de Ferrara e, para alguns casos, a realização de transplante de córnea.

Entre adultos maiores de 40 anos, a progressão espontânea é rara. Para esses pacientes, assume importância, a reabilitação (semelhante àquela citada anteriormente).

A ocorrência de ceratocone na terceira idade não costuma ser valorizada do modo que deveria, talvez por praticamente inexistir progressão espontânea. Virtualmente, todo paciente deste grupo, em algum momento, será submetido à cirurgia de catarata para a reabilitação visual. No entanto, resultados consideravelmente diferentes do planejado podem ser obtidos, caso a ocorrência de ceratocone não seja levada em conta por ocasião do planejamento cirúrgico.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Novo-Paradigma-2

Cirurgia Refrativa no Ceratocone

Acontece no consultório vez ou outra: paciente interessado na cirurgia de correção do “grau” (Cirurgia Refrativa) é surpreendido pelo diagnóstico de ceratocone… tem-se nestas circunstâncias, além da contraindicação ao procedimento, a preocupação quanto à eventual piora da visão.

Costumo dizer aos candidatos à Cirurgia Refrativa, que todos os esforços devem ser feitos no sentido de assegurar que a córnea, componente do olho manipulado durante o procedimento, seja normal. Assim, mesmo casos leves, ou suspeitos, de ceratocone não devem ser submetidos à cirurgia.

Contudo, esta concepção tem mudado: número crescente de artigos científicos têm demonstrado resultados animadores de Cirurgia Refrativa para casos selecionados de ceratocone. Ainda restam mais perguntas que respostas, por isto mesmo, até o momento, não indico a realização de Cirurgia Refrativa a esses pacientes. No entanto, é possível que em pouco tempo, esses pacientes possam ser beneficiados por esta alternativa, ou seja: uma mudança muito bem-vinda de paradigma.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco no Ceratocone: Prevalência

Em nosso post anterior, foi comentado que, ao serem surpreendidos por um diagnóstico de ceratocone, os pacientes costumam perguntar se a doença é “comum”… Em outras palavras, perguntam sobre a PREVALÊNCIA do ceratocone.

Não existe resposta definitiva a esta pergunta. Tradicionalmente, costuma-se dizer que 1, entre 2.000 pessoas, apresenta ceratocone. No entanto, estudos que buscam estimar a prevalência da doença nem sempre utilizam dos mesmos critérios diagnósticos, levando a variações significativas nos resultados: há estudos que sugerem 1 caso a cada 400 pessoas, até os que estimem 1 entre 5.000 pessoas. A introdução de novas tecnologias diagnósticas tem permitido a detecção de formas assintomáticas, acrescentando casos às estatísticas. A prevalência também está sujeita à distribuição geográfica e à composição étnica das populações estudadas.

Do exposto, a mensagem que deve ficar é que o ceratocone não é uma doença rara e mais: as formas pouco sintomáticas parecem ser mais comuns do que se considerava até recentemente.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco no Ceratocone: Comprometimento Visual

Ao serem surpreendidos por um diagnóstico de ceratocone, duas perguntas cosumam ser feitas pelos pacientes: “é algo grave?”… “é comum?”… Neste post e no da próxima semana, abordaremos estes questionamentos.

O ceratocone é estigmatizado como uma doença grave, que apesar de não causar cegueira irreversível, pode comprometer a qualidade da visão de modo importante.

É inegável que existem formas mais graves, para as quais, a reabilitação visual demanda a combinação de procedimentos cirúrgicos e não-cirúrgicos. No entanto, a partir do aperfeiçoamento das tecnologias utilizadas no diagnóstico, formas leves (por vezes, imperceptíveis aos pacientes) têm sido diagnosticadas.

Tão importante quanto o diagnóstico do ceratocone, é o acompanhamento desses pacientes, para que se possam diferenciar formas estáveis da doença, não sujeitas a agravamentos espontâneos, das formas progressivas, as quais costumam ter pior prognóstico visual.

Seu Oftalmologista de confiança tem todas as condições de diagnosticar a eventual ocorrência de ceratocone, monitorar a estabilidade da doença, bem como, propor o tratamento mais apropriado a cada caso.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Conscientização sobre o Ceratocone

Nossa visão depende, entre outros fatores, que a principal lente do olho, a córnea, tenha formato apropriado. Há doenças que modificam esse formato, sendo o ceratocone uma das principais.

No ceratocone, há uma tendência ao encurvamento e afinamento da córnea, com consequente piora na qualidade da visão. Por mais que não cheguem à cegueira, pacientes com ceratocone podem deixar de ter visão normal (eventualmente, mesmo sem uso de óculos ou lentes de contato), passando a demandarem o uso de lentes específicas ou procedimentos cirúrgicos, como o implante de Anel de Ferrara e o transplante de córnea.

Com o avanço da tecnologia utilizada no diagnóstico, formas cada vez mais leves e pouco sintomáticas vem sendo detectadas. Também o tratamento tem evoluído: a coceira nos olhos (queixa comum entre pacientes com ceratocone e provável fator de piora da doença), costuma ter boa resposta ao uso de colírios; o Cross-Linking, quando bem indicado, pode evitar o agravamento da doença.

Por ocasião da consulta Oftálmica de rotina, seu Oftalmologista de confiança pode suspeitar da ocorrência de ceratocone. O tratamento mais indicado varia caso a caso, voltaremos a este assunto em breve…

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Ceratocone-2

Foco no Agravamento do Ceratocone

Uma das considerações mais importantes a ser feita a pessoas com ceratocone é a determinação quanto à forma da doença: se estável, ou seja, sem evidências de piora, ou pelo contrário, se a forma é progressiva, na qual há agravamento espontâneo.

Nem sempre, comprovar progressão é tarefa é fácil, pois diversos fatores devem ser analisados:

. parâmetros corneanos podem ser sutis, ao menos a princípio, variando conforme o tipo de equipamento utilizado;

. idade (quanto mais jovem, maiores as chances de agravamento);

. o (mau) hábito de coçar os olhos tradicionalmente é associado à piora do ceratocone.

Em artigo científico recente, publicado em periódico renomado, os autores sugerem que pacientes abaixo dos 17 anos, ou com curvaturas acima de 55 dioptrias por ocasião do diagnóstico, foram os que se mostraram mais susceptíveis à progressão. No entanto, qualquer paciente com ceratocone deveria ter a doença acompanhada quanto à eventual agravamento.

Comprovada, a progressão do ceratocone, pode estar indicada a realização do Cross-Linking. O diagnóstico e acompanhamento de casos de ceratocone são de responsabilidade do Oftalmologista. Informe-se com seu médico de confiança.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco no Uso de Lentes Gelatinosas no Ceratocone

Eventualmente, recebo pacientes com ceratocone encaminhados para adaptação de lentes de contato rígidas gás-permeáveis. De fato, para muitos desses pacientes, a melhor qualidade de visão somente é alcançada por meio deste tipo de lente. Além disto, uma vez bem adaptadas, as lentes rígidas costumam ser confortáveis, interferindo minimamente com o funcionamento da superfície ocular. Dificuldades ao manuseio, ao menos inicialmente, bem como, custos mais elevados, costumam ser os principais pontos negativos associados às lentes rígidas.

Para formas mais leves da doença, níveis satisfatórios de visão podem ser conseguidos com o uso de lentes gelatinosas. Por isto mesmo, antes de proceder diretamente com a adaptação de lentes rígidas nesses pacientes, costumo avaliar a satisfação (em termos de qualidade visual e percepção das lentes nos olhos) para as lentes gelatinosas. Somente após este teste, realizo a avaliação com as lentes rígidas. Desta forma, os (as) pacientes podem experimentar alguns dos prós e contras de cada alternativa.

Acredito que inserir o (a) paciente na tomada de decisão, respeitando o que ele (ela) considerar mais apropriado para si, deve fazer parte da boa prática médica. Informe-se com seu (sua) Oftalmologista de confiança.


Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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