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Foco no “Dr. Google”

Imaginem a situação: alguém recebe o diagnóstico de ceratocone, sendo informado que a visão é excelente em uso de óculos, mas que será necessário o acompanhamento regular c/ o Oftalmologista. Este paciente faz uma busca por “ceratocone” no Google e lê coisas do tipo “visão embaçada… necessidade do uso de lentes de contato específicas… crosslinking… transplante de córnea…”. Então, este paciente retorna antecipadamente ao Oftalmologista, receoso quanto alguma piora iminente na qualidade da própria visão. Apesar de hipotética, tal situação tem se mostrado cada vez mais comum no dia a dia dos consultórios… com ocorrências semelhantes em praticamente todas as especialidades médicas.

O acesso a informação nunca foi tão fácil e amplo como nos tempos atuais. No entanto, esta oportunidade proporcionada pela Internet tem um dark side: apresentar informações (ainda que verdadeiras) fora do contexto apropriado (as famosas “fake news” não são assunto deste post). Quando atendo a algum paciente nesta situação, costumo dizer que “…provavelmente, o ´Dr. Google´ sabe tudo sobre Ceratocone… mas não sabe onde seu caso está situado em meio a tudo isto.”

Quando o assunto é saúde, particularmente no que se refere a diagnósticos ou tratamentos, faz-se necessário uma gama de conhecimentos prévios para a devida compreensão de muitas das informações disponíveis nos meios digitais. Além disto, a adequação de condutas varia caso a caso. Por tudo isto, é que mesmo informações consistentes disponíveis na Internet não prescindem da atuação do Médico.

Não estou defendendo que as pessoas deixem de buscar informações sobre questões de saúde na Internet. O que defendo é que tais informações sejam utilizadas estritamente como um facilitador na comunicação entre pacientes e Médicos, não como obstáculo. Para tanto, a confiança dos pacientes deve continuar a ser depositada essencialmente no trabalho do Médico.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Prevalência de Ceratocone entre Portadores da Síndrome de Down

Em post anterior, já apresentamos que olhos de portadores da Síndrome de Down apresentam particularidades, entre as quais, possivelmente, maior prevalência de casos de ceratocone.

Publicada recentemente, uma de revisão sistemática sobre o assunto demonstrou que casos de ceratocone são realmente mais frequentes entre esses pacientes, em comparação à população geral. Este fato reforça a necessidade da triagem de pessoas com Síndrome de Down para ceratocone. E mais: suscita a discussão quanto à adequação dos serviços de Oftalmologia às necessidades especiais que este grupo pode demandar.

Para quaisquer pacientes com ceratocone, quanto mais precoce o diagnóstico e mais efetivas forem as medidas de reabilitação visual, menores serão os impactos na qualidade de vida. Entre portadores da Síndrome de Down, que podem necessitar dos serviços de equipes multidisciplinares de atenção à saúde, oferecer a melhor qualidade de visão possível é particularmente importante.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na (IN)Satisfação do Paciente Operado de Catarata

I can’t get no satisfaction!!!… Mick Jagger & Keith Richards.

A fórmula parece infalível:

Cirurgião Habilidoso + Tecnologia de Ponta = Paciente Satisfeito

No entanto, não é o que se observa no dia a dia da Cirurgia de Catarata vez ou outra. Diversos pontos-de-vista existem a respeito dos porquês. Eu gostaria de expor meu próprio.

Em minha análise parto do resultado, p/ então considerar os demais componentes da equação:

  • Entendo por Paciente Satisfeito, como aquele que teve as expectativas compreendidas e atendidas (ou superadas), em termos de resultados cirúrgicos. Assim, pacientes com expectativas subestimadas ou inalcançáveis, certamente, ficarão insatisfeitos, ao menos, parcialmente.
  • O termo Tecnologia de Ponta refere-se tanto a equipamentos utilizados na captação de informações sobre as condições dos olhos dos pacientes, quanto a instrumentais ou insumos cirúrgicos. Possivelmente, é o elemento menos sujeito a diferenças entre serviços bem estruturados atualmente.
  • Finalmente, Cirurgião Habilidoso refere-se, intuitivamente, aquele que domine e execute com precisão as técnicas operatórias. A meu ver, neste aspecto reside grande parte das causas causas de insatisfação, pois raramente considera-se que, no rol das habilidades desejadas a um cirurgião, esteja também a capacidade de comunicar-se c/ clareza, compreendendo e fazendo-se compreender. Ao esclarecer adequadamente os pacientes, o cirurgião proporciona expectativas coerentes c/ a tecnologia atual, além de permitir que os paciente participem na tomada da tomada de decisões sobre o próprio caso.

Assim, proponho uma sutil, mas importante modificação na fórmula:

Cirurgião Habilidoso e Comunicativo + Tecnologia de Ponta = Paciente Satisfeito

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Macro eye photo. Keratoconus - eye disease, thinning of the cornea in the form of a cone. The cornea plastic

Foco na Dúvida dos Pacientes: “Ceratocone tem Cura?”

Não, o Ceratocone não tem cura infelizmente. No entanto, afirmar que não exista cura não é o mesmo que dizer que não haja possibilidades de visão normal a esses pacientes. Felizmente, há tratamento, o qual pode ser divido em duas frentes:

  • Prevenção de agravamentos – Para todo paciente com Ceratocone, faz-se necessária a análise quanto a eventual agravamento (também chamado de “progressão”). Entre pacientes com 40 anos ou mais, sem Cirurgia Refrativa prévia e que não tenham, por hábito, coçar os olhos, este risco é mínimo. Para quaisquer casos, havendo evidências de progressão, o Cross-Linking costuma ser a indicação mais frequente de intervenção com objetivo de conter o agravamento. Não havendo progressão, procede-se à reabilitação visual.
  • Reabilitação visual – Diferente do que muitos imaginam, há pacientes com Ceratocone e visão “normal”, mesmo sem uso de óculos ou lentes de contato. A esses pacientes, há necessidade de reavaliações periódicas somente. Para os demais, prescrição de óculos, adaptação de lentes de contato “gelatinosas“, ou rígidas, conforme o caso, são rotineiras. Em formas mais avançadas da doença, o implante de segmentos intraestromais de anel (o “Anel de Ferrara“), ou mesmo transplante de córnea, podem estar indicados. Não raramente a combinação de recursos, como Anel de Ferrara e lentes de contato rígidas, ou destas com o transplante, pode ser necessária.

As linhas gerais de tratamento expostas neste post podem ser adequadas às necessidades cada paciente pelo Oftalmologista. Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco no Nistagmo

Algumas pessoas apresentam movimentação involuntária, incontrolável e estereotipada (de um lado para o outro na horizontal, na vertical ou realizando movimentos circulares), quase sempre, com uma fase rápida e outra lenta. A esses movimentos, dá-se o nome de Nistagmo.

Quando presentes desde o nascimento, são comuns comprometimentos importantes da visão. Na maioria desses casos, não se conhece a causa do problema; eventualmente, há associações com doenças como albinismo, catarata congênita, entre outras. Infelizmente, são poucas as opções de tratamento (por exemplo, prescrição de óculos ou adaptação de lentes de contato, objetivando a melhor visão possível, a qual pode diminuir a velocidade dos movimentos); não havendo cura.

Existem formas adquiridas, associadas a problemas de saúde de ordem geral (como esclerose múltipla, acidente vascular cerebral, traumas cranioencefálicos ou reações incomuns a medicamentos, como lítio ou anticonvulsivantes) ou ainda, abuso crônico de álcool ou drogas ilícitas. Para esses pacientes, a principal queixa visual costuma ser a percepção de imagens “tremidas”. Para alguns pacientes, uma vez controlada a condição de saúde que deu origem ao nistagmo, os movimentos podem ser amenizados, ou mesmo, desaparecerem.

O diagnóstico costuma ser feito por Oftalmologistas e a condução dos casos costuma ocorrer de maneira multidisciplinar com outros especialistas.

Este assunto foi sugerido por uma seguidora do meu perfil no Instagram, sugestões de temas são bem-vindas. Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco nas Lentes de Contato Cosméticas

Lentes de Contato Coloridas, ou “Cosméticas“, costumam ser utilizadas de modo recreativo, por permitirem que a pessoa aparente ter os olhos com alguma cor alternativa à natural.

No entanto, há outra indicação – esta, médica – ao uso dessas lentes: melhorarem a autoestima de certos pacientes. Imagine uma pessoa, para a qual um dos olhos não tenha condições de enxergar, como em consequência de um trauma ocular, por exemplo. Em casos como esse, são comuns olhos com aspecto esteticamente desagradável à própria pessoa. Esta situação pode ser amenizada com o uso das lentes cosméticas.

A foto que encabeça este post é de uma dessas lentes, vista à lâmpada de fenda (um dos principais equipamentos p/ o exame dos olhos). A figura seguinte mostra a mesma lente no olho da paciente.

Lente de Contato Cosmética (não é o mesmo que “Prótese Ocular”, mas simplesmente, lente colorida).

Como ocorre para qualquer lente de contato, as lentes cosméticas demandam adaptação conduzida por Oftalmologista. Caso você tenha interesse no uso deste tipo de lente, informe-se com seu Oftalmologista de Confiança.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Blefarite

Qualquer irritação persistente, ou recorrente, é por vezes rotulada erroneamente como “alergia“. Com a blefarite, ocorre exatamente isto: pacientes acreditam ser alérgica, uma doença cujas causas não têm qualquer relação com hipersensibilidade.

Blefarite é a inflamação persistente dos bordos palpebrais (onde se localizam os cílios). É um achado comum entre pacientes em exame ocular de rotina, principalmente entre pessoas com pele oleosa. O quadro clínico é muito variável, ocorrendo formas leves e pouco incomodativas, a formas evidentes, nas quais vermelhidão e ardência ocular, descamação semelhante a “caspa” entre os cílios e fotofobia são queixas rotineiras. Períodos de melhora ou piora espontâneas costumam ocorrer. Terçóis e calázios são mais frequentes entre portadores de blefarite, do que em pessoas sem esta doença.

Não é uma doença para a qual haja cura, mas controle. Habitualmente, pacientes devem promover a higienização pas pálpebras com xampu neutro infantil (idealmente, diluído em água morna). Situações originadas ou agravadas pela blefarite, como olho seco e terçóis devem receber tratamento médico apropriado, caso a caso. O que não faz sentido, em relação à blefarite, é o uso de “anti-alérgicos”, os quais seriam inócuos na melhor das hipóteses.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Foco na Fotofobia

Sabe aquela sensação que a luz ambiente está “forte”, a ponto de causar algum desconforto aos olhos, mas parece não afetar outras pessoas no mesmo ambiente? Isto é Fotofobia, ou seja, intolerância à luz. Não se trata de uma doença propriamente, mas de um sintoma relativamente comum.

As causas são variadas: olho seco, conjuntivites, uveítes, erros refracionais não completamente corrigidos (principalmente o astigmatismo), olhos claros (muito comum entre portadores de albinismo) e, eventualmente, sem causa identificável.

O tratamento consiste em, tanto quanto possível, combater a causa. Nos casos em que os olhos apresentam-se clinicamente “normais”, pode estar indicado o uso de óculos com filtros especiais, particularmente, as lentes polarizadas, as quais diminuem o efeito de ofuscamento causado pela luz difusa.

Informe-se com seu Oftalmologista de confiança. Até o próximo post.

https://catarataerefrativa.com.br/perfil/dr-giuliano-freitas/

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Foco no Pagamento pelo Trabalho Médico

Poucos tabus permanecem, aparentemente, intocáveis como falar francamente sobre o Pagamento pelo Trabalho Médico. A rigor, para qualquer produto ou serviço há algum preço a ser pago: no cafezinho, pelo acesso à Internet ou para a compra de um imóvel, há o desembolso de algum valor. A bem da verdade, para qualquer desses exemplos existe variação imensa de valores: o cafezinho pode custar de R$ 3,00 a R$ 30,00, para ficarmos num exemplo… A precificação de qualquer produto ou serviço leva em consideração uma série de fatores, alguns pouco evidentes aos olhos do consumidor: gastos com matérias-primas ou insumos, salários e encargos trabalhistas, impostos e o valor do capital intelectual específico de cada atividade são exemplos representativos (certamente, esta lista poderia ser muito mais detalhada, mas não é esta a intenção deste texto). Em conformidade com a lógica de mercado, consumidores desejam os “melhores” produtos ou serviços aos menores valores possíveis. Entretanto, esta mesma lógica impõe limites tanto às expectativas, quanto aos custos.

Três dias atrás, indiquei uma cirurgia de catarata a um de meus pacientes. Como de costume, recomendei 3 tipos de lente intraocular (insumo indispensável ao procedimento): um modelo básico (obviamente de menor custo), outro com maiores chances de tornar o paciente independente do uso de óculos (mais caro, justamente por oferecer tal vantagem), além de um modelo intermediário. O paciente manifestou, com certa irritação, que “…todas são caras… pensei que não custariam mais do que umas 10 garrafas de cerveja…”. Há 2 situações em que recomendo que o paciente procure por uma segunda opinião… a qual deve ser de livre escolha do paciente, de forma a garantir isenção: quando o diagnóstico imponha alguma limitação à qualidade de vida, ou quando os custos inerentes ao tratamento sejam considerados elevados pelo paciente. Assim, respeitosamente, sugeri que o paciente contasse com uma segunda opinião médica.

Acredito que a relação Médico-Paciente deva ser fundamentada na confiança recíproca. Por qualquer razão, havendo prejuízos a essa confiança, haverá prejuízos à própria relação, eventualmente, de modo irremediável. O que tenho notado, em mais de 15 anos de prática médica, é que o pagamento de Honorários Médicos vem se tornando fator de desgaste cada vez mais comum no relacionamento entre pacientes e médicos. Transpor o tabu sobre o tema, pode ser um dos caminhos para que se aborde adequadamente a questão, de modo a resolvê-la.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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Female eye on surgery clinic exam closeup

Foco em Minha Experiência como Paciente de Cirurgia Refrativa

Quem estiver acompanhando meus posts há algum tempo, deve ter notado que raramente publico opiniões pessoais. Na maioria das postagens, apresento conteúdo amparado em literatura médica, buscando o mínimo de subjetividade. Desta vez, no entanto, farei justamente o oposto: apresentarei o relato de um paciente que conheço bem… eu mesmo.

Quando algum paciente manifesta interesse em Cirurgia Refrativa, apresento os pontos que considero mais importantes como: indicações, tipos e limitações da Cirurgia Refrativa. Vez ou outra, escuto algo do tipo: “…o senhor teria coragem de ser operado???…” Nessas ocasiões, sem disfarçar meu contentamento, respondo: “Tive… isto já tem 20 anos e sigo satisfeito!”

A Cirurgia Refrativa é eletiva por excelência, ou seja, submete-se algum procedimento desta natureza, quem assim desejar (desde que também, estejam cumpridos todos os critérios médicos de indicação, obviamente). Pessoas que estejam satisfeitas com uso de óculos ou lentes de contato, ou ainda, que tolerem, sem dificuldades, pequenos “graus” de miopia, hipermetropia ou astigmatismo não são boas candidatas à Cirurgia Refrativa.

No meu caso, eu estava prestes a iniciar o último ano de faculdade, era totalmente dependente de óculos ou lentes de contato para meus quase 5 de miopia e 2 de astigmatismo em cada um dos olhos. Li sobre o LASIK, um tipo de Cirurgia Refrativa, numa época em que a informação técnica não era tão prontamente disponível a alguém que não fosse Oftalmologista; “juntei” a pouca coragem que tinha e fui operado. Os resultados superaram (e muito) minhas expectativas. Não por coincidência, interessei-me por Oftalmologia daquele dia em diante, particularmente Cirurgia Refrativa. Um pouco depois, já na Residência Médica, a Cirurgia de Catarata completou o campo de atuação que escolhi para o resto de minha vida profissional. Assim, ter passado pela Cirurgia Refrativa permitiu, bem mais do que “aposentar” meus óculos e lentes de contato, pois me apresentou a Oftalmologia, e, mesmo, modificou meu estilo de vida, facilitando minhas corridas de rua, as quais ainda gosto de praticar.

Acredito que cabe ao Oftalmologista compreender as demandas e expectativas de cada paciente, buscando atendê-las o mais fielmente possível. Assim, talvez, possamos a proporcionar, a cada um, a mesma satisfação que experimentei 20 anos atrás.

Até o próximo post.

Giuliano Freitas – Oftalmologista.

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